Narrados a qualquer pessoa, sem restrição de idade, relacionavam-se à camada inferior da sociedade por expressarem a inconformidade com os valores estabelecidos pelo sistema feudal.
Recolhidos por Charles Perrault, os irmãos Grimm ou Hans Christian Andersen, na França, Alemanha e Dinamarca, respectivamente, fundiram-se e se transformaram até os dias de hoje, revestindo-se de tantas “roupagens artísticas que apresentam hoje feição própria bastante característica” (MARIA, 1987, p. 11).
Segundo Simonsen (1987), os contos constituem-se em uma das categorias dos contos populares, dos quais se originaram o que conhecemos por contos de fadas.
Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve e os sete anões, Rapunzel, Barba Azul e tantos outros contos, que circulavam oralmente pela Europa, ao serem transformados em narrativas escritas evidenciam traços da oralidade e da ficcionalidade radicais. Além disso, alguns estudos relacionam os motivos dos contos populares a etapas da “estrutura básica dos ritos de passagem iniciáticos” dos mitos (SIMONSEN, 1987 p.34), o que, de alguma forma justifica o caráter de universalidade dos contos de fadas e explica as inúmeras versões e formatos existentes até os dias de hoje.
Embora tenham surgido em tempos remotos, os contos nasceram para falar aos adultos, o que explica a presença constante da moralidade: são efetivamente exemplários de boa conduta. Foi na França do século XVII, na passagem da era clássica para a romântica, que esses contos foram recuperados da tradição oral popular por Charles Perrault (COELHO, 1987).
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